Daí que meu aniversário é domingo, e dessa vez não tem listinha de wishlist. Não tem porquê já tenho tudo que quero ahaha nem eu acreditei nisso. Ok, mentira. Não tem porque eu tô satisfeita. Feliz. Eu costumo separar minha vida por semestres, assim como a faculdade. E esse semestre tá sendo bem bom, pacífico, exatamente tudo que eu pedi na virada do ano.
Como o estágio acabou, o estresse de aguentar pessoas que me faziam muito mal foi junto. Aliás, só depois disso fui descobrir o quanto aquilo me consumia. As matérias da faculdade também são poucas, tranquilas. Bom (e assustador) ter a sensação de estar finalizando uma etapa. O estágio da faculdade é, adivinha, leve. As pessoas são leves, o trabalho se torna leve. Se tem uma coisa que aprendi é que na verdade eu sou totalmente uma people person. Eu preciso de contato. Preciso conversar. Preciso que me ajudem com a timidez. Preciso de olhares reconfortantes. Incentivos. Preciso do papo no boteco no intervalo entre uma aula e outra na terça-feira. São coisas assim que me motivam, e isso se tornou nítido nas minhas notas e saúde. Eu não funciono com estresse. Eu não funciono com gente ruim por perto. E sim, isso pode me prejudicar. E sim, eu espero que isso mude. Mas por enquanto to aqui, feliz e leve (não literalmente porque a dieta com a nutricionista só começou segunda, ok, mas isso é papo pra outro post).
Fiquem com um trecho da minha conversa com o Gui (@guiiii)
“Não sei se tem velocidade certa pra vida, mas sei que a gente não deve deixar passar nada. Mas sei também que, se a gente quiser aproveitar demais, perde os detalhes.” (@guiiii).
Me levava todo fim de semana ao cinema e nos brinquedos do shopping quando criança
Sempre foi o primeiro a perceber quando eu me apaixonava
Me deu e dá os melhores conselhos sempre que precisei
Sempre levou e buscou todo mundo quando eu era menor de idade, independente da hora
Me deixava curtir mais as festinhas de 15 anos até o fim enquanto esperava no carro
Me levou até outra cidade e voltou sozinho no mesmo dia
Cuidou de mim bêbada
Me fez ser exigente com os homens
Me deu forças quando eu achei que não tinha mais pra continuar
Meu pai fez quem eu sou
E hoje ele faz 49 anos e eu poderia continuar a noite inteira demonstrando o porquê ele é realmente o melhor pai do mundo, mas vocês iam cansar de ler, juro. Parabéns, pai. Obrigada por tudo, mesmo. Te amo, e que venham mais 49! :)
PS: Sim, voltei a postar, as férias do blog foram gostosas, mas não resisto ficar sem isso aqui não.
“Max had trouble understanding non-verbal signals. Flirting was as foreign to him as jogging.”
Mary and Max.
Traduzindo: Max tinha dificuldade em entender sinais não verbais. Flertar era tão estranho (distante) pra ele quanto correr.
Depois de me frustrar com filmes no cinema, tava precisando baixar um filme gostoso, e é isso que esse filme é. Por usar a técnica stop motion (quadro a quadro, com massa de modelar) pode passar a impressão de ser infantil, mas não é. O filme fala da Mary, uma menina australiana de 8 anos que não tem amigos, tem pais complexos e distantes, tem olhos ” cor de lama” e uma mancha de nascença na testa “cor de cocô”, ama leite condensado e chocolate, que um dia resolve mandar uma carta pra um desconhecido americano – Max, um homem de 44 anos que não tem amigos, é extremamente sincero e lógico e ama cachorro-quente de chocolate. Todos os personagens (gente eu sei que é A personagem mas acho feio, ok?) são bem complexos e muito bem explorados de uma forma trágica-cômica. Da troca de cartas surge uma amizade linda.
“A vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras, têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro.”
Max
Filme gostoso, pra deixar salvo na pasta de filmes do computador e ver de novo em um dia chuvoso de férias.
Tempinho sem postar, resolvi dividir com vocês a receita de brownies mais gostosa que conheço. Na Páscoa minha tia que mora nos EUA veio pra cá e fez o tal. O brownie fica bem amanteigado, e melhor ainda quentinho, sempre coloco alguns segundos no microondas. A receita é da Martha Stewart, e pra quem sabe inglês no site tem o vídeo ensinando como fazer: http://tinyurl.com/6zshute
Receita em inglês:
* 1/2 cup (1 stick) unsalted butter, plus more for pan
8 ounces bittersweet chocolate, coarsely chopped
1 1/2 cups sugar
4 large eggs
1 teaspoon pure vanilla extract
3/4 cup all-purpose flour
1/2 teaspoon salt
Em português (não ao pé da letra, mais ou menos o que usamos aqui):
*8 onças de chocolate meio amargo picado (usamos 2 barras de chocolate amargo e 2 meio amargo)
*1 1 / 2 xícaras de açúcar
*4 ovos grandes
*1 colher de chá de extrato de baunilha
*3 / 4 xícara de farinha de trigo
*1 / 2 colher de chá de sal
A verdade é que poucas coisas tem me tocado. Poucas pessoas tem me tocado. Tudo tá chato. Mesmice. Talvez eu esteja chata. Talvez eu esteja a mesma. Talvez não esteja e por isso esteja agora achando tudo chato. Livros que antes me despertavam ansiedade pela próxima frase, página, já não despertam. Só li um livro espontâneamente esse ano. Pessoas que deixavam meu coração doendo de saudade já não fazem tanta falta e já não tem mais aquela sintonia (com exceções, claro). A faculdade tá tão chata que eu já não posso mais ter faltas em certas matérias. Pego a nova câmera na mão e logo sinto preguiça de aprender a mexer. Eu quero coisas novas mas sou resistente a mudanças. Sinto que é época de coisas novas, de deixar coisas novas virem, correr atrás de novos amores. Amores não morrem, apesar de deixados de lado de vez em quando. Meu amor pelo cinema ainda tá aqui. Pela fotografia e livros também. Mas me apaixonei por moda. Me apaixonei por outras línguas. Me apaixonei por comida. Me diz, aonde se arranja tempo pra cultivar novas paixões e as transformar em amores, sem deixar os antigos morrerem e ainda ter tempo pras obrigações?
Ontem, lá pelas 22h, meus olhos ardiam de sono, mas ainda não tava na hora de dormir, eu ainda não tinha falado com você. Na hora de dormir o sono aparentemente desistiu de mim, é sempre assim. Liguei a TV e me deparei com um episódio de House, já pela metade. Resolvi assistir até o sono resolver dar as caras novamente. No episódio, a Cuddy se irrita com o House por algumas coisinhas, que no final dizem quem ele é, alguém que só se importa consigo mesmo. No final, em um diálogo com outra pessoa sobre ela, ele diz:
I need her in my life. Do you know what it’s like to actually need someone?
E aí a ficha caiu. Eu sei. Sei como é difícil pra alguém que, apesar de já ter amado outra pessoa, nunca precisou dela. Nunca precisou de ninguém nesse sentido. E agora eu preciso. E agora, eu choro. E nem eu nem você entendíamos o porquê de eu chorar quando a gente discute, mas agora entendo. Eu preciso de você. Você é parte da minha família. Você é parte de mim. E membros da família não podem se desvincular, assim como parte de mim não pode acabar. A gente pode, e isso me assusta pra cacete, porquê eu preciso de você.