A verdade é que poucas coisas tem me tocado. Poucas pessoas tem me tocado. Tudo tá chato. Mesmice. Talvez eu esteja chata. Talvez eu esteja a mesma. Talvez não esteja e por isso esteja agora achando tudo chato. Livros que antes me despertavam ansiedade pela próxima frase, página, já não despertam. Só li um livro espontâneamente esse ano. Pessoas que deixavam meu coração doendo de saudade já não fazem tanta falta e já não tem mais aquela sintonia (com exceções, claro). A faculdade tá tão chata que eu já não posso mais ter faltas em certas matérias. Pego a nova câmera na mão e logo sinto preguiça de aprender a mexer. Eu quero coisas novas mas sou resistente a mudanças. Sinto que é época de coisas novas, de deixar coisas novas virem, correr atrás de novos amores. Amores não morrem, apesar de deixados de lado de vez em quando. Meu amor pelo cinema ainda tá aqui. Pela fotografia e livros também. Mas me apaixonei por moda. Me apaixonei por outras línguas. Me apaixonei por comida. Me diz, aonde se arranja tempo pra cultivar novas paixões e as transformar em amores, sem deixar os antigos morrerem e ainda ter tempo pras obrigações?
Deus, tá faltando timing entre a gente.
Compartilhe no Facebook
Thaiane Athanásio
maio 13, 2011 @ 01:47:12
Me espantaria ver alguém vivendo sem mudar jamais. Quando não permitimos mudanças, apenas existimos. Ser cômodo chega a me assustar, é o tipo de prisão que a minha liberdade não quer viver. Viver tem que me perturbar. O mais ou menos, a mesma coisa, tudo que é morno não vale a pena ser vivido. Isso não causa movimento e sensação nenhuma em nós. O que perturba sim, isso merece ser vivenciado. Costumo dizer que amor e vida são sinônimos; nascemos para sangrar. Costumamos ter medo das mudanças para não sermos pegos de surpresa. Temos medo de sermos felizes também. E olha, todo tempo é época de coisas novas. Amores morrem, sim. Se nem nós nos amamos sempre, como vamos amar para sempre o outro? A permanência e a eternidade só existem enquanto amamos. E como as coisas mudam, o amor também muda, sabe muito bem se desapegar. Continuamos amando, mas pessoas diferentes; gostamos de cinema, mas os filmes são outros; adoramos fotografia, mas a realidade a ser (re)tratada é outra. Viver sem mudanças é utopia. A vida é repleta de luto. E temos que deixar algumas coisas morrerem. Viver dói, Bia. Achar que tudo é infinito é idealização. De uma morte, sempre nasce um novo amor. E não se frustre tanto. Numa era de mudanças tão radicais e mentes ainda tão acomodadas, é impossível permanecermos os mesmos.
(Caramba, ficou gigante!)
Beijos!
Li
maio 13, 2011 @ 02:53:22
Minha vida tem sido pensar na mesma coisa. Quando eu perdi o rumo da vida e deixei que ela me guiasse? Onde está o tempo para mim, o tempo para ele, o tempo para aquilo que idealizava? A gente vive um dilema entre o que nós queriamos quando havia tempo para decidirmos e agora, que a gente não tem tempo pra piscar e queria fazer tudo… E ao mesmo tempo nada? Estamos envelhecendo, menina.
P.S.: Avise que postou, nem que seja uma vírgula.
Beijoooooo!
Thaiane Athanásio
maio 13, 2011 @ 03:10:35
Eu já diria que estamos amadurecendo. Envelhecer independe de nós.