Faltam exatos 30 dias pro meu aniversário e for some reason, quando me perguntam, ou quando eu mesma penso na minha idade, já sai um “21” automático.Isso é estranho, normalmente eu conto até o último minuto antes do meu aniversário minha idade(síndrome de Peter Pan, sempre tive, desde pequena), e penso que o tempo é uma loucura.O que muda nesse 1 segundo em que eu “envelheço”?Nada.Ano passado lembro de ficar olhando no relógio o último minuto da minha vida com 19 anos, querendo de alguma forma segurar o tempo, parecia que tudo tinha passado tão rápido, e eu ainda tinha muito pra viver antes dos 20.Se alguém me perguntasse como eu me veria com vinte anos quando eu ainda tinha meus 8 anos, eu diria: “adulta, trabalhando e quase casada”.Estranho pensar que nada disso ainda aconteceu..Não conto o estágio como emprego porquê nem sabia o que era estágio na época, pensava em estabilidade, algo que nem condiz muito com a pessoa que acabei me tornando.Não, eu não sou muito estável, não chegada a rotina(lógico que tem suas exceções).De quase casada eu passo longe, só tenho me metido em relações complicadas, e já nem sei mais se vou casar um dia.Espero que sim.Adulta?Não.Adolescente?Também não, something in the middle.Mas algo me diz que sempre vou ser meio criança..Não digo infantil, mas mesmo com meus 30, 40 anos ainda vou deitar e rolar como faço com meus primos mais novos brincando, vou sempre adorar rever “Beauty and the Beast”e vou sempre comer muito doce que nem criança.

Mesmo não tendo me tornado a pessoa que pensava que seria aos 20 quando criança, agora até me sinto bem comigo mesma.Lógico que ainda quero mudar/conquistar muitas coisas(até demais), mas cada coisa tem seu tempo, e com a ajuda do meu Brother lá de cima, little by little vou conseguindo o que quero e criando novos desejos.

É engraçado como em um ano acontece tanta coisa na nossa vida, como a gente muda, tanto fisicamente como psicológicamente.Há um ano atrás, meu cabelo era mais comprido, reto; eu não praticava nenhum esporte; queria por tudo largar a faculdade; não conhecia muita gente que hoje faz parte do meu dia-a-dia, mesmo não vendo sempre; hesitava, pensava muito antes de decidir agir, hoje tento ouvir logo o que o coração fala, já que é ele que eu acabo escutando no final mesmo..Meu cabelo é meio repicado e mais curto, faço aulas de tênis, corro e ainda espero fazer remo, não consigo mais ficar parada, apesar de ser extremamente preguiçosa.Saio mais, sem nem me preocupar se vou ser a única menina do grupo, ouço bem mais MPB e Bossa Nova do que antes; não quero mais largar a faculdade, quero me formar logo e fazer outro curso.É,algumas coisas mudaram..O que mais tenho ouvindo dos meus amigos é: “cadê a Bia que eu conhecia”?Tá aqui, sempre esteve, só era mais tímida e não tinha muita força de vontade talvez.

Nesses 30 dias restantes provavelmente não vai acontecer nada de extraordinário que deixe uma boa marca nos meus 20 anos, mas eu espero aproveitá-los da mesma forma como vim aproveitando o ano inteiro.Dessa vez não vou contar os minutos pra fazer 21 tentando agarrar o tempo.Que o tempo passe como vem passando, not to fast and not to slow.O tempo contado é algo inventado por nós, deveria servir pra orientar, mas na maioria das vezes acaba deixando a gente mais perdido ainda.Tô aprendendo a viver mais dos momentos, das coisas que a vida me dá, deixar o relógio e o calendário pra lá faz bem.Que eu continue aprendendo/crescendo/mudando como venho, que eu agarre as oportunidades que me apareçam, mas no fundo continue com a síndrome de Peter Pan meio bizarra, mas que não abro mão, faz parte de mim.

Que venham os 21, 31, 41..

Coisas difíceis sempre me atraíram.Desde que me conheço por gente o que parecia ser impossível me atrai, me deslumbra. Coisas que agora podem me parecer pequenas ou que nunca sequer cheguei a imaginar que um dia ansiaria tanto por.

Agora sinto uma vontade enorme de não querer o que quero. Meu cérebro e meu coração berram comigo ao mesmo tempo e eu já não sei à quem escutar. Às vezes ouço um, às vezes ouço outro, às vezes os dois ao mesmo tempo, e é aí que começo a me perder, ou a tentar me encontrar.
Tenho plena consciência de que algumas coisas acabam me fazendo mais mal do que bem. Então por que sinto tamanha dificuldade em largar de mão de vez? Porque no curto período de tempo que não me faz mal, me faz feliz de um modo como raramente outras coisas me fazem.

Os otimistas dizem que nada é impossível, discordo, algumas coisas são, e se não são, às vezes o percurso é tão longo e doloroso que simplesmente não parece valer mais a pena, mesmo que visto já da metade do caminho.
O fato de eu ser uma pessoa indecisa deixa tudo mais complexo. Mas veja bem, não sou uma pessoa indecisa por falta de personalidade. Minha indecisão provem do fato de eu acabar pensando demais sobre certo assunto, não pensem que “me acho”, que penso que sou muito inteligente, não acho nada disso, mesmo. Penso demais normalmente sobre coisas que não deveria(não, not dirty thoughts) ,e te digo uma coisa com toda certeza:pensar demais é uma merda. Às vezes invejo quem não pensa muito, ou melhor, quem muito age por impulso. Sendo impulso considerado só ouvir o que bate no peito, um jeito delicado de dizer “não pensar muito”, mas feito por pessoas que pensam. É, é isso que eu invejo. Apesar de um dos raros impulsos tomados por mim ter me levado à um dos paradoxos mencionados.
Promover o desapego, é.

Ou não..

Bia.

O meio do ano chegou, se foi rápido não sei.Sei que normalmente quando ele chega eu começo a pensar nas mil coisas que eu ainda não fiz, nas promessas de ano-novo ainda não cumpridas e bate um leve sentimento de fracasso..Dessa vez não consigo me sentir assim, não, eu ainda não tenho o emprego dos meus sonhos(e muito menos o dos sonhos dos meus pais), ainda não consegui parar de ser gulosa, então o corpo da Juliana Paes também tá bem distante(pelo menos com photoshop), ainda não namoro um Seth Cohen da vida, ainda nem namoro.Ainda não suporto a faculdade, mas a idéia de início de semestre me anima, só espero que não seja que nem o início do semestre passado, que apesar de ter rendido uma história engraçada prefiro que não se repita, tem gente que só de ver já me faz mal, assim como tem gente que só de ver já me faz muito bem..

Desde março eu contava os dias no msn pra encontrar com certas pessoas em uma certa cidade, demorou pra chegar, mas a semana com as “Anônimas” passou rápido, até demais.Não ria, bebia, comia, falava besteira, andava na chuva, me divertia assim tinha um bom tempo.Já me perguntei algumas vezes porque várias pessoas que eu adoro moram longe, talvez seja porque se morassem perto não daria tão certo como dá assim.Com as anônimas pelo menos é assim, se todas morassem em Sampa todo dia ia ser final de semana, já viu né?!

Lógico que nem tudo foi como a gente imaginava, aconteceram imprevistos, não vi tanto todas as meninas como imaginava que iria, mas tudo bem, que compensem na próxima vez.Mas ao mesmo tempo tiveram pessoas que me surpreenderam.Não imaginava que me daria tão bem com minhas roomates, que me apegaria tanto e nem que sentiria falta assim.Foram muitas horas juntas, caminhando por SP, indo à museus, bares, stand-ups. shoppings e etc, sempre rindo muito e se perdendo MUITO pelos metrôs.Também, como não se perder com aquela vista, né?He he.Só não precisava quase perder o celular também, a cinderela aqui entrou no metrô e deixou o celular cair do lado de fora, graças à uma boa alma que me avisou, baixou o the flash em mim e consegui correr pra fora do metrô e voltar antes das portas fecharem.

Encontrar com essas meninas tinha que ser na terra da garoa, que nunca fez tão jus ao nome.Eu gosto de frio, todo mundo se veste bem, come bem(gulosa, sabe como é), bebe pra esquentar, e namora, quer coisa melhor?!As meninas devem ter me achado uma estranha, meio louca, porque eu vivia na janela, e ficava por lá observando a cidade e tirando fotos.Mas é que desde quando eu ia pra SP ainda criança, essa cidade já me passava uma energia muito boa, e eu sabia que ia voltar lá, conhecer pessoas diferentes e me divertir muito.E foi o que aconteceu(pela 3x esse ano).Tentei fazer tudo que me dava na telha por lá, e fiz, quase tudo que quis, aproveitei bem e espero continuar assim por aqui(com um pouco mais de responsabilidade cof cof), a vida é agora, né?Mas aprendi a não correr muito, porque já caí, e o tombo dói, e isso não é só uma analogia, eu caí literalmente umas 2x em SP, em plena avenida paulista, ainda tô com os joelhos roxos, e se senti dor nesses tombos, sei que os outros são piores, so let’s go step by step, taking things slow(triplo sentido, nossa, me surpreendo..).

Voltei meia-noite, meus pais e meu irmão também estavam por lá, apesar da gente mal ter se visto, eles não viam a hora de voltar.É estranho isso, por mim eu tinha alugado um apertamento e ficado por lá, aproveitava e estudava cinema/teatro logo, só transferia a facul, quem dera se fosse simples assim..Hoje a rotina já começa aos poucos, estágio, facul(se eu não dormir), e semana que vem aula de tênis(pra salvar).Únicas coisas que senti saudade:pôr-do-sol, minha casa, meu telhado, ver a lua, acordar com os pássaros e periquitos, tênis, meus amigos e minha família.Pronto, só jogar tudo isso num caminhão e levar pra Sampa, he.

Agora fica a saudade de todo mundo, da cidade, os sorrisos nas fotos, e a vontade de voltar.

Bia, rezando por um show do The Killers ainda esse ano, bom que aproveito e pego meu casaco, brinco e guarda-chuva, que só pra variar, deixei espalhados pela cidade.